sábado, 23 de julho de 2011

Saiu e não fechou a maldita porta.
Odeio quando Matilde sai e deixa o rabo aberto.
Já falei para ela, para Dolores, para Carmélia. Falei inúmeras vezes, mas só Matilde - a mais formosa, a dos seios mais fartos - insiste em passar por cima de minhas ordens.
Ah! Se ela soubesse quanta raiva me faz ao deixar a porta aberta.
Já possuo, em minha residência, cinco encantadoras hóspedes, mas acho que ela, a Matilde, - a da porta, oras! -   quer mais companhia.
Deixo bem clara a minha teoria: "Quando aberto o buraco, é mais fácil a penetração dos insetos" - não sei se o leitor compreende e crê em minha teoria, mas pouco me importa -
A Matilde precisa de um acompanhamento psiquiátrico, cada vez venho a me convencer mais disso.
Está quase evidente a loucura de minha quarta esposa.
Logo ela... a mais formosa das cinco.
Entristeço-me, de verdade.
Poderia ser a Carmélia, que tem olhos claros, pele de neve, mas não é tão carnuda quanto minha 'Tilde'.
Os deuses foram injustos comigo.
Amaldiçoaram-me com esta praga... a da loucura.
O que vou dizer quando meus vizinhos, familiares e amigos perguntarem do paradeiro de minha esposa? Direi que ficou doida? Jamais.
Não há pior deficiência que a loucura.
Vou ali... pensar.
Deixe-me só, leitor.
Quero me despir, e sair andando pelas escadas de minha casa, porque assim eu penso melhor. É um exercício interessante. Deverias tentar também.
Mude a página. Deixe-me só com a loucura contagiosa de minha mulher. Deixem-me despir-me.